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30 de agosto de 2024Muitas pessoas, ao iniciar sua jornada de fé, perguntam-se: “Qual é a igreja correta?” Em meio a tantas denominações e divisões no cristianismo, essa é uma pergunta legítima. No entanto, a Bíblia nos ensina, através da parábola do joio e do trigo, que dentro de qualquer igreja, independentemente da denominação, coexistem tanto o bem quanto o mal, o verdadeiro e o falso.
A Parábola do Joio e do Trigo: Uma Realidade Dentro da Igreja
Jesus nos conta em Mateus 13:24-30 a parábola do joio e do trigo, onde um agricultor planta trigo em seu campo, mas seu inimigo semeia joio entre o trigo. Ambos crescem juntos, e quando os servos do agricultor perguntam se devem arrancar o joio, ele responde que não, para que não corram o risco de arrancar o trigo junto. Ambos devem crescer juntos até a colheita, quando então serão separados.
Essa parábola ilustra uma verdade profunda sobre o cristianismo: em toda igreja, há aqueles que realmente seguem Cristo (o trigo) e aqueles que não vivem de acordo com Seus ensinamentos (o joio). Isso é uma realidade desde os primórdios da Igreja, passando pela Reforma Protestante, e se mantém até hoje.
Portanto, ao buscar “a igreja correta”, é importante entender que nenhuma igreja na Terra é completamente pura. Em qualquer congregação, encontraremos tanto o joio quanto o trigo, e cabe a nós discernir e buscar ser parte do trigo.
A Visão de Agostinho de Hipona Sobre a Igreja
Agostinho de Hipona, um dos mais influentes teólogos da história da Igreja, ofereceu uma visão importante sobre essa questão. Em resposta à controvérsia donatista, ele desenvolveu uma doutrina que explica que a Igreja é composta de duas realidades: a visível e a invisível.
A Igreja visível é aquela que vemos: a hierarquia, os sacramentos e os fiéis. Mas dentro dessa estrutura visível, há a Igreja invisível, composta pelos verdadeiros fiéis, conhecidos apenas por Deus. Agostinho argumentava que a Igreja visível é uma mistura de joio e trigo, santos e pecadores, que coexistem até o fim dos tempos.
Isso significa que a “igreja correta” não é definida por uma denominação ou pela ausência de pecadores, mas pela presença da verdadeira fé em Cristo e pela busca sincera de Seus ensinamentos. O importante é fazer parte do trigo, independentemente de onde você esteja congregando.
A Difícil Tarefa de Discernir
Jesus nos alerta sobre a dificuldade de separar o joio do trigo. Muitas vezes, o joio pode parecer trigo e vice-versa. Isso nos ensina que, enquanto estamos neste mundo, não temos a capacidade plena de discernir quem é verdadeiro e quem não é. Somente Deus, no tempo certo, fará essa separação.
Portanto, ao perguntar “qual é a igreja correta?”, a resposta não está em encontrar uma congregação perfeita, mas em buscar viver uma fé autêntica, ser trigo no meio de uma comunidade de fé. O apóstolo Paulo nos encoraja em 2 Coríntios 13:5 a examinar nossa fé e a provar a nós mesmos para ver se estamos na fé verdadeira.
Conclusão: Buscando a Verdadeira Igreja
A pergunta “qual é a igreja correta?” é legítima, mas deve ser entendida à luz dos ensinamentos bíblicos. A parábola do joio e do trigo nos ensina que o verdadeiro cristianismo não está em uma denominação específica, mas na busca sincera de seguir a Cristo e viver de acordo com Seus ensinamentos.
A Igreja, como Agostinho de Hipona explicou, é composta por santos e pecadores, e cabe a nós buscar ser parte do trigo. Portanto, ao procurar uma igreja, busque uma comunidade que se comprometa com a verdade de Cristo, sabendo que a verdadeira igreja é invisível e conhecida apenas por Deus.
Agradecimentos: Quero expressar minha gratidão ao irmão Pr. Jheff (Jeferson Gomes) por sua valiosa ajuda na elaboração deste texto. Seu apoio e sabedoria foram fundamentais para transmitir a mensagem de forma clara e fiel aos ensinamentos bíblicos. Que Deus continue abençoando seu ministério.